Roteiro para o Projeto de Instalações Elétricas Residenciais – NBR 5410
Introdução
O roteiro proposto visa sistematizar as etapas que compõem o projeto de uma instalação elétrica residencial, conforme a NBR 5410 (ABNT, 2004). Para tanto, será tomada, como exemplo, uma casa térrea, com uma área construída igual a 80 m2 , conforme ilustrado na Fig.1.
Figura 1 – Planta baixa de uma residência térrea de 80m2.
No desenvolvimento do roteiro serão contempladas as seguintes etapas:
- Determinação da carga instalada na iluminação e tomadas (de uso geral e específica);
- Divisão dos circuitos e escolha da seção dos condutores (corrente e queda de tensão);
- Distribuição das cargas entre as fases;
- Escolha dos dispositivos de proteção, levando-se em conta a coordenação e a seletividade;
- Determinação do quadro de distribuição, com respectiva proteção de entrada;
- Escolha dos eletrodutos;
- Definição do padrão de entrada;
- Diagrama unifilar;
- Desenho com a respectiva simbologia;
- Lista de materiais.
A apresentação final deve ser um memorial descritivo, no qual devem estar contidas as informações da residência (localização, planta baixa, situação e entre outras), os conceitos aplicados e as especificações e valores obtidos no desenvolvimento do projeto.
Desenvolvimento do projeto elétrico
Carga instalada na iluminação e tomadas
A Tabela 1 discrimina as dependências da residência e os critérios de determinação das cargas de iluminação e das tomadas de uso geral (carga mínima), conforme a NBR 5410.
Tabela 1 – Determinação das cargas de iluminação e das tomadas de uso geral.
Iluminação (carga mínima)100 VA para os primeiros | ||||
Local | Área (m2) | Perímetro (m) | Potência (VA) | No. de pontos |
Dormitório 1 | 10,05 | 12,70 | 160 | 1 |
Banheiro 1 | 2,76 | 7,00 | 100 | 1 |
Dormitório 2 | 11,20 | 13,70 | 160 | 1 |
Banheiro 2 | 2,76 | 7,00 | 100 | 1 |
Escritório | 7,69 | 11,10 | 100 | 1 |
Corredor | 3,63 | 10,19 | 100 | 1 |
Sala de jantar | 9,94 | 12,72 | 100 | 1 |
Sala de estar | 8,72 | 12,73 | 100 | 1 |
Entrada | < 6,00 | ------ | 100 | 1 |
Cozinha | 7,59 | 11,20 | 100 | 1 |
Área de serviço | < 6,00 | ------ | 100 | 1 |
Garagem | 14,92 | 16,80 | 220 | 2 |
Tomadas de uso geral (carga mínima)- Cozinha, copa, copa cozinha, área de serviço e lavanderia: para qualquer área, 1 tomada para cada - Banheiro: para qualquer área, 1 tomada junto a pia de 600 VA; - Subsolo, sótão, garagem, varanda e hall: para qualquer área, 1 tomada de 100 VA; - Salas, quartos e demais dependências: £ | ||||
Local | Área (m2) | Perímetro (m) | Potência (VA) | No. de pontos |
Dormitório 1 | 10,05 | 12,70 | 300 | 3 |
Banheiro 1 | 2,76 | 7,00 | 600 | 1 |
Dormitório 2 | 11,20 | 13,70 | 300 | 3 |
Banheiro 2 | 2,76 | 7,00 | 600 | 1 |
Escritório | 7,69 | 11,10 | 300 | 3 |
Corredor | 3,63 | 10,19 | 100 | 1 |
Sala de jantar | 9,94 | 12,72 | 300 | 3 |
Sala de estar | 8,72 | 12,73 | 300 | 3 |
Entrada | < 6,00 | ------ | 100 | 1 |
Cozinha | 7,59 | 11,20 | 1800 100 | 3 1 |
Área de serviço | < 6,00 | ------ | 600 | 1 |
Garagem | 14,92 | 16,80 | 300 | 3 |
A Tabela 2 associa os valores obtidos para as cargas mínimas de iluminação e tomadas de uso geral às cargas específicas (por exemplo, chuveiro e máquina de lavar roupas), a fim de proceder à determinação da demanda elétrica numa etapa posterior.
Tabela 2 – Consolidação da potência total estimada.
Local | Área (m2) | Perímetro (m) | Iluminação | TUG (a) | TUE (b) | |||
S (VA) | Qdd | S (VA) | Qdd | S (VA) | Qdd | |||
Dormitório 1 | 10,05 | 12,70 | 160 | 1 | 300 | 3 | ||
Banheiro 1 | 2,76 | 7,00 | 100 | 1 | 600 | 1 | 4400 | 1(c) |
Dormitório 2 | 11,20 | 13,70 | 160 | 1 | 300 | 3 | ||
Banheiro 2 | 2,76 | 7,00 | 100 | 1 | 600 | 1 | 4400 | 1(c) |
Escritório | 7,69 | 11,10 | 100 | 1 | 300 | 3 | ||
Corredor | 3,63 | 10,19 | 100 | 1 | 100 | 1 | ||
Sala de jantar | 9,94 | 12,72 | 100 | 1 | 300 | 3 | ||
Sala de estar | 8,72 | 12,73 | 100 | 1 | 300 | 3 | ||
Entrada | < 6,00 | ------ | 100 | 1 | 100 | 1 | ||
Cozinha | 7,59 | 11,20 | 100 | 1 | 1900 | 4 | ||
Área de serviço | < 6,00 | ------ | 100 | 1 | 600 | 1 | 770 | 1(d) |
Garagem | 14,92 | 16,80 | 220 | 2 | 300 | 3 | ||
Potência Total (VA) | 1440 | 5700 | 9570 |
(a) TUG: tomada de uso geral;
(b) TUE: tomada de uso específico;
(c) Chuveiro elétrico: 4400W (FP = 1);
(d) Máquina de lavar roupas: 770 VA (FP = 0,8).
O cálculo da demanda da instalação elétrica depende do fator de demanda[1] e do fator de potência, assumindo-se, o último, como 1 para o sistema de iluminação e 0,8 para as TUG’s. A Equação 1 permite o cálculo da demanda da instalação elétrica do projeto em desenvolvimento.
(1)
Atribuindo-se os valores, tem-se:
Divisão dos circuitos
De acordo com a NBR 5410, devem ser previstos circuitos terminais distintos para iluminação e tomadas de corrente[2], além prever circuitos independentes para cada equipamento com corrente superior a 10 A . Em um circuito destinado a TUG, atentar que a corrente do mesmo deve ser compatível com condutores de 2,5 mm2 (de acordo com as “boas práticas de projeto”, deve-se evitar secções superiores a 2,5 mm2 para TUG’s) que, conforme a maneira de instalar, pode variar de 18 A até 29 A .
Uma vez divididos os circuitos, a determinação da secção do condutor deve ser avaliada pelo critério da capacidade de corrente (ampacidade) e pelo critério da queda de tensão, prevalecendo o maior valor dentre os dois critérios[3]. A Tabela 3 relaciona os circuitos e os respectivos condutores indicados, conforme o tipo de carga, mediante os dois critérios de avaliação
Tabela 3 – Divisão dos circuitos e escolha dos condutores.
circuito | Descrição | Tensão (V) | Potência (VA) | IB (A) | fatores de correção | IB’ (A) | SI(mm2) | lcircuito (m) | SDV(mm2) | S (mm2) | |
f1 | f2 | ||||||||||
1 | Iluminaçãosalas entrada cozinha AS garagem | 127 | 720 | 5,7 | 1,0 | 0,7 | 8,1 | 1,5 | |||
2 | Iluminaçãoquartos banheiros escritório corredor | 127 | 720 | 5,7 | 1,0 | 0,7 | 8,1 | 1,5 | |||
3 | TUGdorm. 1 e 2 WC 1 e 2 corredor | 127 | 1900 | 15,0 | 1,0 | 0,7 | 21,4 | 2,5 | |||
4 | TUGescritório s. de jantar s. de estar entrada garagem | 127 | 1300 | 10,2 | 1,0 | 0,7 | 14,6 | 2,5 | |||
5 | TUGcozinha | 127 | 1900 | 15,0 | 1,0 | 0,7 | 21,4 | 2,5 | |||
6 | TUGAS | 127 | 600 | 4,7 | 1,0 | 0,7 | 6,7 | 2,5 | |||
7 | TUE AS | 127 | 770 | 6,1 | 1,0 | 0,7 | 8,7 | 2,5 | |||
8 | TUEchuveiro 1 | 220 | 4400 | 20,0 | 1,0 | 0,8 | 25,0 | 4,0 | |||
9 | TUE chuveiro 2 | 220 | 4400 | 20,0 | 1,0 | 0,8 | 25,0 | 4,0 |
IB: corrente de projeto;
f1: fator de correção de temperatura (adotado 30 oC);
f2: fator de correção para agrupamento para os circuitos (como regra geral, no máximo três circuitos por eletroduto; no caso dos chuveiros, seguem os dois circuitos);
IB’: corrente fictícia de projeto, sendo: IB’= IB/(f1.f2)
SI: secção definida pelo critério da corrente;
lcircuito: comprimento do circuito (o critério da queda de tensão será aplicado nos circuitos com mais de 20 m );
SDV: secção definida pelo critério da queda de tensão;
Quanto às cores da isolação dos condutores fica definido:
- branco: iluminação;
- preto: TUG;
- amarelo: TUE em 127 V;
- vermelho: TUE em 220V;
- azul: neutro
- verde-amarelo: terra (proteção – PE)
Distribuição das cargas entre as fases
A divisão de cargas entre as fases proporciona um maior equilíbrio na utilização dos condutores elétricos, evitando-se, dessa forma, a sobrecarga desnecessária e, conseqüentemente, uma resposta mais confiável do sistema de proteção. A Tabela 4 apresenta uma possível forma de distribuição das cargas para o estudo de caso em questão.
Tabela 4 – Distribuição das cargas entre as fases.
Circuito | Descrição | Potência (VA) | ||
F1 – N | F2 – N | F1 – F2 | ||
1 | Iluminaçãosalas entrada cozinha AS garagem | 720 | ||
2 | Iluminaçãoquartos banheiros escritório corredor | 720 | ||
3 | TUGdorm. 1 e 2 WC 1 e 2 corredor | 1900 | ||
4 | TUGescritório s. de jantar s. de estar entrada garagem | 1300 | ||
5 | TUGcozinha | 1900 | ||
6 | TUGAS | 600 | ||
7 | TUE AS | 770 | ||
8 | TUEchuveiro 1 | 4400 | ||
9 | TUE chuveiro 2 | 4400 | ||
Total | 3990 | 3920 | 8800 |
Nota: fornecimento em 220V bifásico; 127 – N – 127 V (F1 – N – F2)
Escolha dos dispositivos de proteção
Os dispositivos de proteção, particularmente os disjuntores termomagnéticos, possuem a função de proteger os circuitos e não os equipamentos e eles ligados, partindo-se do princípio de que os equipamentos dispõem o seu próprio sistema de proteção. Com relação aos contatos diretos e indiretos, a proteção cabe aos dispositivos diferencial-residual (dispositivos DR).
Um aspecto importante diz respeito à coordenação e seletividade dos dispositivos de proteção, a fim de que uma falta fique isolada do restante do circuito. Para tanto, deve-se consultar as curvas de resposta dos relés que acionam os dispositivos de proteção, escolhendo-os, ou ajustando-os, para que operem dentro de uma seqüência na ocasião de uma falta. Os dispositivos de proteção, para o projeto em desenvolvimento, encontram-se relacionados na Tabela 5.
Tabela 5 – Determinação dos dispositivos de proteção
Circuito | Descrição | S (mm2) | Potência (VA) | IB (A) | IZ (A) | I2 (A) | 1,45.IZ (A) | IN (A) | ||
F1 – N | F2 – N | F1 – F2 | ||||||||
1 | Iluminaçãosalas entrada cozinha AS garagem | 1,5 | 720 | 5,7 | 17,5 | 20,3 | 25,4 | 15 | ||
2 | Iluminaçãoquartos banheiros escritório corredor | 1,5 | 720 | 5,7 | 17,5 | 20,3 | 25,4 | 15 | ||
3 | TUGdorm. 1 e 2 WC 1 e 2 corredor | 2,5 | 1900 | 15,0 | 24 | 27,0 | 34,8 | 20 | ||
4 | TUGescritório s. de jantar s. de estar entrada garagem | 2,5 | 1300 | 10,2 | 24 | 27,0 | 34,8 | 20 | ||
5 | TUGcozinha | 2,5 | 1900 | 15,0 | 24 | 27,0 | 34,8 | 20 | ||
6 | TUGAS | 2,5 | 600 | 4,7 | 24 | 20,3 | 34,8 | 15 | ||
7 | TUE AS | 2,5 | 770 | 6,1 | 24 | 20,3 | 34,8 | 15 | ||
8 | TUEchuveiro 1 | 4,0 | 4400 | 20,0 | 32 | 40,5 | 46,4 | 32 | ||
9 | TUE chuveiro 2 | 4,0 | 4400 | 20,0 | 32 | 40,5 | 46,4 | 32 |
IB: corrente de projeto do circuito;
IZ: capacidade de condução de corrente dos condutores;
IN: corrente nominal do dispositivo de proteção;
I2: corrente que assegura efetivamente a atuação do dispositivo de proteção; na prática, a corrente I2 é considerada igual a: (a) corrente convencional de atuação para disjuntores; (b) corrente convencional de atuação para fusíveis[4] do tipo “g”. Seguem alguns valores para correntes convencionais de atuação para disjuntores:
I2 = 1,30.IN (NBR IEC 60947-2);
I2 = 1,35.IN (NBR 5361, o qual foi aplicado na presente tabela);
I2 = 1,45.IN (NBR IEC 60898).
Determinação do quadro de distribuição
O quadro de distribuição deve ser localizado de forma a considerar a distribuição espacial das cargas (por exemplo, num plano bidimensional dado pelas coordenadas xi e yi) ponderada pelas potências das cargas (Si), conforme as Equações (2) e (3).
(2)
(3)
No projeto em desenvolvimento (na planta baixa já foram definidas as posições dos pontos de utilização da energia elétrica), a localização inicial do quadro de distribuição foi em x = 1,88 m e y = 7,74 m , entretanto, não praticável. Dessa forma, o quadro deve ser instalado o mais próximo possível do referido ponto (Fig. 2).
Quanto ao aspecto físico do quadro de distribuição, o mesmo deverá ser fabricado em material compatível com o previsto em norma específica, a fim de ser instalado na parede (embutido). No interior do quadro, além de comportar os disjuntores previstos na Tabela 5, a montante dos mesmos deve ser instalado um interruptor DR (diferencial-residual) de alta sensibilidade (IDN = 30 mA) e prever a capacidade reserva do quadro (espaço) para três circuitos[5], sendo dois monofásicos e um bifásico.
O valor da corrente nominal do interruptor DR deve atender à demanda estimada (D) no projeto de 9,9 kW (vide item 2.1), assumindo-se um FP = 0,8 e tensão nominal (UN) de 220 V. Mediante estas condições, a corrente de projeto na entrada do quadro é calculada através da Equação (4).
(4)
Sendo a corrente de projeto na entrada do quadro igual a 56,3 A , o valor escolhido para a corrente nominal do interruptor DR será 63 A com corrente diferencial-residual nominal de atuação de 30 mA. O interruptor DR[6] possui em sua retaguarda um disjuntor de termo-magnético bifásico com corrente nominal de 63 A , localizado na caixa de entrada (junto ao poste).
A NBR 5410 menciona, mas não obriga, a utilização de proteção contra sobretensões no quadro de distribuição. Um critério a ser considerado consiste em verificar se a instalação encontra-se alimentada por uma rede em baixa tensão situada em zonas expostas às descargas atmosféricas, ou se a mesma é submetida freqüentemente às manobras elétricas. No caso do projeto proposto, não será adotada a proteção contra sobretensões.
O quadro de distribuição deve conter em seu barramento principal (saindo do interruptor DR) uma barra de cobre eletrolítico para cada fase, com dimensões 3/8”´1/8” (9,53´3,18 mm; @30 mm2). Nas derivações que alimentam os disjuntores, que protegem os circuitos, as barras de cobre devem ser de 3/8”´1/16” (9,53´1,58 mm; @15 mm2). Na montagem do quadro de distribuição, prever o aterramento do mesmo.
Os cabos que constituem os circuitos devem possuir suas extremidades estanhadas ou possuir terminais compatíveis com os disjuntores. Cada condutor deve receber uma anilha com o respectivo número do circuito, havendo na parte interna da porta do quadro de distribuição uma legenda para a identificação dos circuitos, com o respectivo diagrama unifilar.
Escolha dos eletrodutos
A escolha do eletroduto[7] está relacionada com a taxa de ocupação dos condutores (área ocupada) em relação à área disponível internamente pelo conduto. O diâmetro interno (mínimo) pode ser calculado pela equação (5) em função do número de condutores (limitado em oito condutores para o projeto em desenvolvimento, adotando-se como referência o de maior área final), cujos valores correspondentes ao projeto estão na Tabela 6.
(5)
sendo:
di: diâmetro interno do eletroduto (mm);
SScondutores: somatório da seção final dos condutores (com isolação) que compõem o circuito (mm2);
k: fator de ocupação dos condutores: 0,53 para um condutor; 0,31 para dois condutores; 0,40 para três ou mais condutores.
Tabela 6 – Determinação dos eletrodutos.
Snom (mm2) | Sfinal (mm2) | di (mm) | |||||||||||||||
Número de condutores no mesmo eletroduto | |||||||||||||||||
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | ||||||||||
1,5 | 7,06 | 4,1 | 7,6 | 8,2 | 9,5 | 10,6 | 11,6 | 12,5 | 13,4 | ||||||||
2,5 | 10,75 | 5,1 | 9,4 | 10,1 | 11,7 | 13,1 | 14,3 | 15,5 | 16,5 | ||||||||
4,0 | 13,85 | 5,8 | 10,7 | 11,5 | 13,3 | 14,8 | 16,4 | 17,6 | 18,8 | ||||||||
6,0 | 16,61 | 6,3 | 11,7 | 12,6 | 14,5 | 16,3 | 17,8 | 19,2 | 20,6 | ||||||||
10,0 | 27,33 | 8,1 | 15,0 | 16,2 | 18,7 | 20,9 | 22,8 | 24,7 | 26,4 | ||||||||
16,0 | 37,39 | 9,5 | 17,5 | 18,9 | 21,8 | 24,4 | 26,7 | 28,9 | 30,9 | ||||||||
25,0 | 56,74 | 11,7 | 21,6 | 23,3 | 26,9 | 30,1 | 32,9 | 35,6 | 38,0 | ||||||||
Equivalência entre tamanho nominal e diâmetro interno (PVC rígido) | |||||||||||||||||
Tamanho nominal (adimensional) | 16 | 20 | 25 | 32 | 40 | 50 | 60 | 75 | 85 | ||||||||
Diâmetro interno (polegadas) | 1/2 | 3/4 | 1 | 1 1/4 | 1 1/2 | 2 | 2 1/2 | 3 | 3 1/2 | ||||||||
Notas:
1) não são permitidos trechos contínuos com mais de 15 m ;
2) nos trechos com curvas, essas devem ser limitadas em três de 90o (equivalente a 270o);
3) não são permitidas curvas com mais de 90o;
4) o comprimento máximo do eletroduto deverá ser 15 m menos 3 m para cada curva de 90o.
No projeto em desenvolvimento, o número de condutores dentro de cada eletroduto varia de no mínimo três e no máximo sete condutores (vide desenho da instalação elétrica – item 2.9). Para os eletrodutos que servem astomadas (TUG e TUE; 2,5 mm2) e o sistema de iluminação (1,5 mm2), considerou-se que todos os condutores são de 2,5 mm2 e sendo sete o número de condutores por eletroduto; consultando-se a Tabela 6, o eletroduto escolhido foi o20 (3/4”). Para os dois circuitos dos chuveiros (cinco condutores de 4 mm2), recorrendo-se novamente a Tabela 6, o eletroduto escolhido foi o 20 (3/4”).
Definição do padrão de entrada
A entrada de energia elétrica encontra-se vinculada às normas da concessionária de distribuição local, como, por exemplo, o Padrão Bandeirante para Ligação de Unidade Consumidora Individual em Tensão Secundária de Distribuição[8] (PB01), o qual além de discutir os critérios adotados pela NBR 5410, dispõe de critérios que permitem a conexão à rede de distribuição secundária. Nesse contexto, a Tabela 01 do PB01 (página 53) permite a definição da categoria de atendimento em função da corrente de demanda, a qual é reproduzida para o estudo em desenvolvimento através da Tabela 7.
Tabela 7 – Características do padrão de entrada para 63 A .
Reprodução da Tabela 01 do PB01 para o disjuntor de | |
Categoria de atendimento | D2 |
Proteção da entrada principal | Disjuntor bipolar |
Tipo de fornecimento | 2 fases + neutro |
Medição | Direta |
Condutores de entrada | Fase e neutro 16 mm2 (PVC 70oC ou Flex) |
Tipo de caixa | II, III ou E (PVC 70oC); IV, V ou E (Flex) |
Eletrodutos de entrada | PVC ( |
Aterramento/Condutor | 16 mm2 |
Aterramento/Eletroduto | PVC ( |
Poste | Concreto 90 daN ou aço galvanizado |
Poste com medição incorporada | PCI-1, PCI-3, PCA-II, PCA IV ou PCA externo |
Maior motor | 3 cv |
Em seguida deve-se verificar se o cabo estipulado pela concessionária atende ao critério da queda de tensão. No projeto apresentado, o comprimento do circuito desde a caixa de medição até o quadro de distribuição é de 20 m , sendo o percentual máximo da queda de tensão igual a 4% (recebe diretamente da rede pública, caso o suprimento fosse feito com transformador próprio, o valor seria 7 %). A equação (6) permite calcular a secção transversal do condutor em questão.
(6)
sendo:
S: área da seção transversal (m2) – converter o valor para mm2
r: Resistividade do material (Wm) – cobre = 1,7.10-8 Wm
e: percentual de queda de tensão (%) - aplicar na forma decimal
U: tensão na entrada (V)
P: potência da carga (W)
L: comprimento do circuito (m)
Diante do valor calculado da secção transversal, observa-se que o padrão definido pela concessionária possui uma considerável folga com relação à queda de tensão. Quanto à capacidade de condução da corrente, um cabo de 16 mm2, para três condutores carregados em eletroduto em alvenaria, pode conduzir até 68 A , atendendo a relação IB £ IN£ IZ.
Diagrama unifilar
A Figura 3 mostra o diagrama unifilar do projeto de instalação elétrica, no qual encontram-se as informações básicas que permitem a rápida identificação dos dispositivos de proteção e dos circuitos, bem como os seus respectivos condutores.